Não se nasce mulher, torna-se mulher, a frase da filósofa Simone Beauvoir que tornou-se uma das máximas do crescente movimento feminino, nos expõe o cenário do modelamento que nos atinge antes mesmo do nascimento.

<iframe width="810" height="456" src="https://www.youtube.com/embed/nvlgLsHPPMY?rel=0" frameborder="0" allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen></iframe>
Entrevista com Simone Beauvoir sobre a célebre frase
Cenários políticos decadentes como estamos assistindo, imersos, no Brasil, e principalmente, a regressão de direitos já conquistados como a vigente reforma trabalhista que coloca o trabalhador em posição de fragilidade e está fazendo com que as prefeituras municipais, inclusive a paulistana, fiquem repletas de multidões a procura de um serviço, como também a completa disfunção política de se garantir que existam em pleno tempo atual, políticos que expressam publicamente a ausência de ética e o despreparo em sua capacidade de compreender o que é gozar do fruto de se viver em sociedade e o tal bem comum.

Discursos que expõe a falta de respeito com setores da comunidade está em voga, como se em apenas algumas décadas a mulheres não haviam saído de suas casas para alcançar a equidade de gênero. Mulher em casa, revolução se atrasa.

<iframe src="https://giphy.com/embed/3og0IJJEhs1mNLHa9O" width="480" height="238" frameBorder="0" class="giphy-embed" allowFullScreen></iframe><p><a href="https://giphy.com/gifs/womenshistorymonth-feminism-womens-history-3og0IJJEhs1mNLHa9O"></a></p>
Malala Yousafzai
Lamentavelmente é um fenômeno internacional. Citemos a consagrada USA, tão bem vista por grande parcela brasileira como o capitalismo que deu extremamente certo, com seu governo Trump e as medidas de reformas tributárias e trabalhistas, o discurso seguindo a linha fascistóla em que nega assistência para crianças imigrantes com uma mão, e com a outra, cria poupança para nascituros, em um decreto legal que afirma defender os “direitos” das crianças não nascidas, inclusive negando a possibilidade de discussão do abuso do estado no corpo feminino.
<iframe src="https://giphy.com/embed/26uf65IKtUY89rd4s" width="480" height="325" frameBorder="0" class="giphy-embed" allowFullScreen></iframe><p><a href="https://giphy.com/gifs/rebecca-hendin-26uf65IKtUY89rd4s"></a></p>

Em todos os países que estão elegendo seus alvos para essa enchente de falta de moralidade, abuso de poder e reformas feitas de forma a privilegiar os mesmos setores, enxergamos um contraponto de movimentos que ampliam suas vozes como está acontecendo na Argentina, Itália, Espanha e Brasil.

Diversos movimentos sociais eclodem pelo mundo, cada qual defendendo suas causas prioritárias, mas poucos são tão universais como o movimento feminista. Mesmo sendo a maior fatia da sociedade, ainda é proporcionalmente minoritária em representatividade e equidade. Podemos observar, por exemplo, as greves de professoras nos Estados Unidos, as professoras no Brasil, as trabalhadoras da saúde na Itália e as argentinas que pararam Buenos Aires pela legalização do aborto.

Mesmo não possuindo, em sua maioria, uma ponte de comunicação entre elas, todas compreendem as mudanças estruturais na sociedade que precisam ser feitas para solucionar a opressão de gênero. Mas não só isso. 

<iframe src="https://giphy.com/embed/3o7TKyGYTrjPu2ywow" width="720" height="405" frameBorder="0" class="giphy-embed" allowFullScreen></iframe><p><a href="https://giphy.com/gifs/pbsdigitalstudios-body-theatre-3o7TKyGYTrjPu2ywow"></a></p>
É nessa conjuntura sofrida que aparece a italiana Cinzia Arruza, professora da New School of Research de Nova Iorque, Nancy Fraser, filósofa, professora e socióloga na City University of New York e Tithi Bhattacharya professora da Purdue University e uma das organizadoras do The International Women´s Strike com o Manifesto para um feminismo dos 99%.

Seu direcionamento é inaugurado como uma alternativa do feminismo liberal, utilizando-se do caráter anticapitalista que vai além de uma classe específica,  que visa representar modelos de mulheres que superaram barreiras e desejam a igualdade formal no mundo do mercado, como as outras mulheres quem não foram privilegiadas a chegar ao patamar de questionar a igualdade formal e também a defesa dos direitos e das políticas de outros movimentos que lutam por um mundo melhor.

Ou seja, não há a separação de igualdade formal com todos os diálogos que a igualdade e a liberdade podem realizar, ele é aberto a toda melhoria em seu todo e na formação das pessoas.

<iframe src="https://giphy.com/embed/26gsnIf5oRCFIw4q4" width="720" height="540" frameBorder="0" class="giphy-embed" allowFullScreen></iframe><p><a href="https://giphy.com/gifs/feminism-march-feminist-26gsnIf5oRCFIw4q4"></a></p>
Compilamos alguns materiais onde você pode explorar mais esse assunto, como o livro da própria Cinzia Arruzza, Marxismo e feminismo – Entre casamentos e divórcios, uma matéria interessantíssima, Feminismo y Socialismo. Del reconocimiento a la emancipación, de José Antonio Pérez Tapias, temos também Filosofia, critica y reflexiones feministas de Luisa Posada Kubissa e, por fim, August Bebel sobre La mujer y el socialismo.

Já conhece esses materiais? Vem falar com a gente nas redes sociais sobre o que achou, livros e textos que recomenda, assim podemos alimentar cada vez mais diálogos e efervescer de ideias Camaradas!

 

______________

A l i n n e   M a r t i n s

Bacharela em artes e design pela UFJF, mob.acadêmica em Design pela UFPR.  Atualmente diretora de arte, jardineira e está na batalha pelo seu mestrado na área de arte, política e cultura latina.